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Oportunidade

Premiados na Mostratec e arrumando as malas

Participantes de dois projetos do IFSul preparam-se para levar seus trabalhos para feiras no México e Estados Unidos no ano que vem

  • Escrito por Coordenadoria de Comunicação Social
  • Publicado: Quinta, 23 de Novembro de 2017, 18h42
  • Última atualização em Quinta, 23 de Novembro de 2017, 18h42

Que o IFSul teve trabalhos classificados para eventos internacionais pela Mostratec você provavelmente já sabe, mas, passados alguns dias do evento, chegou a hora de sabermos como anda a preparação desses grupos para levar as suas pesquisas a outros países. A edição 2017 da Mostratec, uma das maiores feiras de ciência e tecnologia da América Latina, aconteceu no final de outubro em Novo Hamburgo.

Entre os trabalhos do IFSul premiados, dois foram classificados para eventos internacionais, um do câmpus Charqueadas e um do câmpus Pelotas. Entre os credenciados para esses eventos, a variedade temática chama a atenção: enquanto o trabalho premiado do câmpus Charqueadas é na área da informática, o do câmpus Pelotas é voltado a eletrônica. Por conta da diferença de temas, os grupos vão para dois eventos distintos: os alunos de Charqueadas vão para o Infomatrix, em Guadalajara, no México, e os alunos de Pelotas vão para ISWEEEP em Houston, nos Estados Unidos. As duas feiras acontecem em maio do ano que vem.

Inovação a serviço do bem

Um dos projetos premiados foi desenvolvido por dois estudantes de informática do câmpus Charqueadas, e usa a ciência e inovação para o bem. O LEMBRAR é um software para auxiliar no estímulo à memória para portadores de Alzheimer. O aplicativo oferece atividades personalizadas com informações pessoais do indivíduo, como jogo da memória, álbum de família e lista de tarefas. Pensado e executado pelos estudantes Eduarda Soares Serpa Camboim e Cassio Lacerda da Costa, sob orientação do professor Maurício Escobar, o LEMBRAR surgiu a partir do relato de um colega de aula dos alunos, sobre um integrante da família que demonstrava melhora em relação ao Alzheimer ao entrar em contato com suas lembranças."

Já são 8 meses de desenvolvimento de projeto e, segundo os pesquisadores, ele já se encontra em um nível avançado, faltando somente algumas etapas para ser disponibilizado à comunidade. Segundo os estudantes, a educação oferecida no câmpus teve papel fundamental para a realização do projeto, desde o incentivo para a realização de trabalhos até o auxílio dos professores de todas as áreas na execução. “Os professores foram essenciais para o projeto, sempre dispostos a ajudar e nos ensinar da melhor forma possível como alcançar nossos objetivos”, ressalta Eduarda. 

Depois dos meses de dedicação, pesquisa e execução do projeto, o resultado: o credenciamento para a Infomatrix. De acordo com o orientador, a premiação é consequência da aplicação dos alunos. “Pude notar na expressão dos estudantes a felicidade por terem sido reconhecidos. A expectativa sempre existe quando há muita dedicação para um projeto. E nesse aspecto eles estão de parabéns, pois nos últimos meses eles tem se dedicado e envolvido diariamente nas atividades da pesquisa”, destaca.

Para os estudantes, o resultado foi surpreendente. Eduarda conta “devido a tantos outros projetos concorrendo, não sabia que conseguiríamos alcançar essa premiação, mas desde o início fomos confiantes em dar nosso melhor, sabendo do potencial do projeto e acreditando nele”. Para Cassio “a esperança de alcançar resultados positivos sempre existe, um credenciamento para outra feira é sempre um sonho, mas nós estávamos tranquilos, sabíamos que se tivesse que acontecer, ia acontecer”.

O 1º lugar na categoria

O Dispositivo de Análise e Controle de Estufas Agrícolas (Diana) conquistou o primeiro lugar na categoria Engenharia Eletrônica da 32ª Mostratec e credenciamento para o ISWEEEP em Houston, nos Estados Unidos. Criado pelos alunos do câmpus Pelotas Carlos Eduardo Lopes Bastos e Gustavo Ludtke da Silva, sob a orientação e coorientação dos professores Rafael Galli e William Silveira da Silva, respectivamente, o Diana tem por objetivo proporcionar ao usuário um sistema eletrônico que atue na busca por garantir as condições climáticas ideais para o cultivo, proporcionando um bom desenvolvimento da produção.

O dispositivo possibilita visualizar os dados de temperatura, luminosidade, umidade relativa do solo e do ar em tempo real, e o sistema atua automaticamente controlando estas propriedades. Os dados enviados digitalmente ao produtor são atualizados constantemente, garantindo uma precisão no monitoramento. Este sistema conta com sensores de pequenas escalas que realizam estas funções de análises. Assim, com escalas reduzidas, desenvolve-se o monitoramento ocupando o mínimo de área terrestre possível. O controle do clima é feito através de irrigadores, exaustores, sistemas de aquecimento e iluminação.

Essa foi a primeira vez que um projeto do câmpus Pelotas levou o primeiro lugar na Mostratec. Segundo os alunos o protótipo foi bastante elogiado pelos avaliadores, o que comprova a maturidade alcançada pela pesquisa. “Sem dúvida, o projeto está mais maduro, mas estamos trabalhando para trazer ainda mais novidades”, adiantam os inventores. Uma das propostas é otimizar ainda mais a apresentação do protótipo e torná-lo mais prático, com o emprego de um computador para fazer a comunicação de dados via internet. Hoje, são utilizados apenas um teclado e um display.

Para o professor e orientador Rafael Galli, o resultado positivo na Mostratec reforça a importância de se fomentar no câmpus espaços que estimulem ainda mais o desenvolvimento da pesquisa aplicada. “Projetar é o momento em que o estudante coloca em prática toda a teoria vista em sala de aula. É o momento no qual o curso começa a fazer sentido e cai no gosto dos alunos”, destaca Galli.

“Projetar é o momento em que o estudante coloca em prática toda a teoria vista em sala de aula. É o momento no qual o curso começa a fazer sentido e cai no gosto dos alunos” - professor Rafael Galli

O projeto está na fase dos testes, que serão realizados, em escala reduzida, com diferentes tipos de hortifrutis e substratos, registrando as propriedades climáticas das estufas periodicamente, analisando a eficácia do projeto e possíveis opções de melhoria.

Carlos Eduardo e Gustavo estão confiantes no sucesso do Diana e no que vem por aí. Para eles, a razão de tamanho otimismo está no fato de que o dispositivo é um sistema de fácil utilização e acessível aos produtores. Conforme os estudantes, o Diana apresenta diversas vantagens, como um melhor desenvolvimento da produção de hortifrutigranjeiros, prevenção contra danos ocasionados por intempéries climáticas, uma rotina de trabalho menos exaustiva aos agricultores e praticidade, já que poderá ser controlado por um dispositivo móvel.

“Haverá, inclusive, certa economia de água, uma vez que o sistema só utiliza o necessário para produção. Vale ressaltar ainda que o dispositivo não necessita de iluminação solar para produção, possibilitando utilizar estufas controladas em ambientes internos”, ressalta a dupla de inventores.

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