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DESTAQUE INTERNACIONAL

Estudantes do IFSul apresentam pesquisa na maior feira científica do sul da Europa

Jéssica Germann e Gael Oliveira, do câmpus Gravataí, acompanhados pelo professor e orientador Fábio Mendes, levaram projeto da área de Filosofia para a 24ª Exporecerca Jove, em Barcelona

  • Escrito por Greice Gomes | Coordenadoria de Comunicação Social
  • Publicado: Segunda, 20 de Março de 2023, 11h26
  • Última atualização em Segunda, 20 de Março de 2023, 11h58

Dois estudantes do IFSul levaram um projeto de pesquisa desenvolvido no instituto para a maior feira científica pré-universitária do sul da Europa, a 24ª Exporecerca, em Barcelona. Jéssica Germann e Gael Oliveira, do câmpus Gravataí, apresentaram o projeto de iniciação científica em Filosofia “As falácias no discurso político”, orientados pelo professor Fábio Mendes. A apresentação do trabalho ocorreu neste mês de março, ao longo de quatro dias de feira.

Durante o evento, os estudantes do IFSul apresentaram a pesquisa para pessoas de 12 países diferentes. O credenciamento para a feira foi um dos prêmios conquistados pelo grupo em 2022 na Mostratec - maior feira de ciência e tecnologia da América Latina -, quando a equipe alcançou o primeiro lugar na categoria de História e Ciências Sociais, além do prêmio de Destaque Internacional. Antes, o projeto também já havia sido premiado na Mocitec, promovida pelo câmpus Charqueadas do IFSul.

 

Projeto analisou discursos políticos sob a ótica filosófica

O projeto de iniciação científica apresentado pelos estudantes no evento tinha como objetivo verificar de que forma ferramentas da filosofia, as falácias, são utilizadas em discursos políticos brasileiros. De acordo com a equipe, a partir da análise desse tipo de discurso, a pesquisa, iniciada em 2021, identificou que “as falácias são instrumentos poderosos de convencimento articulados na política brasileira de diversas formas, que se utilizados com má intenção podem causar danos em nossa democracia.”

 

“O mundo sabe que o Brasil também está pensando e se movimentando”

Participar da Exporecerca, de acordo com a estudante e integrante do projeto, Jéssica Germann, foi uma experiência única em sua formação. Ela comenta que, com a viagem, a equipe pôde conhecer uma cultura diferente e se comunicar com pessoas de diversos lugares do mundo.

Mas o que mais marcou a estudante foi a possibilidade de mostrar ao mundo um pouco do conhecimento produzido no País. “Nosso trabalho foi apresentado para pessoas da Bélgica, Canadá, México, Espanha, Turquia, Eslovênia, Paquistão... Volto para casa com o sentimento de dever cumprido: o mundo sabe que o Brasil também está pensando e se movimentando”, enfatiza Jéssica.

 

IFSul: portas abertas para o mundo

O que aconteceu no intervalo de apenas dois anos - entre o início da pesquisa e a ida para a Espanha - é descrito como surreal pelo egresso do IFSul e integrante do projeto, Gael Oliveira, que afirma nunca ter imaginado a dimensão que a pesquisa alcançaria. “Quando desenvolvemos a pesquisa era 2021. O mundo estava incerto por conta da Covid-19 e, no meio de todo o caos, dois estudantes e um professor estavam analisando o discurso político brasileiro e estudando os recursos de discurso utilizados na intenção de divulgar suas descobertas. Dois anos depois, estávamos lá na Espanha, contando as descobertas que fizemos, ouvindo as incertezas de pessoas de outros países em relação ao cenário político de onde vivem", conta ele, complementando que, durante o evento, duas professoras da Espanha pediram material informativo do projeto para difundir em suas turmas.

Ao alçar vôos dessa proporção, Gael é enfático ao destacar a importância do IFSul na abertura de portas como esta. Ele comenta que, além de trazer mudanças substanciais em sua vida como estudante, estar no Instituto Federal também trouxe uma evolução importante como pessoa. 

“Lembro que quando estava me informando sobre o vestibular do IFSul, eu via no site do Instituto os projetos realizados pelos estudantes, via as realizações dos Núcleos de cada câmpus, etc., e só conseguia pensar: é isso que eu quero. Quero pesquisar, quero divulgar, quero aprender e ensinar. Àquele momento parecia algo muito distante; desde o ensino fundamental eu tinha o desejo de me tornar pesquisador, mas não conseguia ver um caminho que me proporcionaria isso, até achar o IFSul”, destaca ele.

 

“Imagem que ficou do Brasil é a de estudantes pensando sobre política e estudando filosofia”

A partir da experiência de levar o projeto à Exporecerca, o professor e orientador, Fábio Mendes, destaca que o que mais marcou o grupo - inclusive deixando a equipe emocionada - foi a possibilidade de divulgar os Institutos Federais e representar o Brasil, por meio dos Institutos, para o mundo. “Aquelas pessoas estavam curiosas pensando ‘como são os estudantes do Brasil? Como é a educação no Brasil? O que interessa para o brasileiro?’, e a imagem que ficou foi a desses estudantes fazendo um projeto sobre política, estudando filosofia”, ressalta o docente.

Além da possibilidade de levar o conhecimento produzido no IFSul ao mundo, Fábio comenta que a participação na feira trouxe uma experiência cultural e um ganho acadêmico muito importantes para os alunos.

“Lá tinham muitos projetos sobre sustentabilidade, novas energias e formas de fazer com que o mundo completasse a agenda da ONU em relação ao meio ambiente, mas no final das contas as decisões são políticas e ocorrem na arena política: é nos debates, no voto, que as coisas realmente se decidem. Então, as pessoas que viram o projeto - e os estudantes também - perceberam que o tema do trabalho toca todas as áreas de uma maneira fundamental”, argumenta Fábio. Segundo ele, perceber a relevância, dentro e fora da instituição, da pesquisa desenvolvida também mostrou aos estudantes o espaço que o Brasil ocupa dentro da comunidade internacional.

Por conta de todos os resultados e o impacto trazido pelo projeto, o professor ressalta a importância de incentivar o trabalho dos estudantes. “É muito importante apoiarmos o trabalho desses alunos, dando condições para que eles cheguem longe, que participem de coisas no Brasil e no mundo para fortalecer a Rede Federal de ensino e o próprio Instituto Federal. Quanto mais pudermos apoiar, mais a gente justifica a razão de investimento e a nossa razão de existência dentro do cenário de educação no Brasil.”

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