Aluno da engenharia elétrica do câmpus Pelotas vence concurso nacional de melhor TCC
Wesley Krause Souza da Silva, de 24 anos, ficou com o 1º lugar em disputa que reuniu 20 estudantes de 17 instituições de ensino do país
O estudante Wesley Krause Souza da Silva, do curso de engenharia elétrica do IFSul câmpus Pelotas, foi o vencedor da edição 2025 do concurso “Rigol no meu TCC”, promovido pela Rigol Technologies, líder mundial no fornecimento de instrumentos e soluções de testes e medições eletrônicas. Pela conquista inédita, Wesley recebeu como prêmio um osciloscópio, modelo DHO804, avaliado em cerca de R$4 mil.
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Este ano, o concurso contou com a participação de 20 estudantes, de graduação e ensino técnico, de 17 instituições de ensino do país. O certame avaliou o melhor Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) entre os inscritos e, pela primeira vez, concedeu premiações aos cinco primeiros colocados.
Wesley venceu a edição 2025 com o TCC intitulado “Desenvolvimento de um protótipo de analisador de energia trifásico e software para análise de memórias de massa”, sob orientação do professor Marcel Mattos e coorientação do professor Júlio César Ruzicki. O objetivo do trabalho é desenvolver um aparelho que consiga medir e registrar o consumo e a qualidade da energia elétrica em locais como o próprio câmpus Pelotas, por exemplo.
“Esse aparelho contará com uma tela para o usuário interagir e um sistema que armazena as informações coletadas para análises posteriores. Além disso, será desenvolvido, em paralelo, um software de computador que permitirá visualizar os dados coletados de forma mais clara e organizada. Este software também será utilizado para calibrar o equipamento, garantindo que as medições sejam precisas e confiáveis”, explica Wesley.
A ideia para o projeto, segundo o estudante, surgiu ainda no ensino médio/técnico, quando cursava o técnico em eletrotécnica no câmpus Pelotas. Naquela oportunidade, juntamente com o colega e xará Wesley Souza Link, desenvolveu uma Central Integrada de Multimedição (CIM), equipamento eletroeletrônico, integrador, expansível, capaz de efetuar múltiplas medições elétricas de um circuito monofásico de corrente alternada, com supervisão em tempo real, por meio de software e aplicativos de monitoramento e controle.
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“Após ingressar no curso de engenharia elétrica, em 2020, desenvolvi outros projetos e me aprofundei em diferentes áreas de estudo. No entanto, ao apresentar um novo projeto de um protótipo de analisador de energia trifásico aos professores Anderson Martins e Marcel Mattos (atual orientador), percebi que poderia aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso para alcançar novos objetivos. Entre eles, destaca-se a possibilidade de construir outras unidades desse protótipo, permitindo que sejam utilizadas por outros alunos em projetos de extensão e até mesmo em trabalhos de conclusão de curso”, conta.
Para Wesley, a grande relevância do projeto que pretende defender ainda em julho deste ano, um dos requisitos para obtenção do título de engenheiro eletricista, é que ele fornece uma ferramenta prática para estudos de qualidade de energia e avaliação de instalações elétricas. Além disso, envolve diversas áreas da engenharia, tornando-o multidisciplinar.
“Ele abrange eletrônica analógica, no condicionamento de sinais; sistemas embarcados, na aquisição e transmissão dos dados; programação de microcontroladores e computadores; comunicação serial; processamento de sinais; automação, etc.”, aponta.
Premiação
Premiação concedida ao 1º lugar do “Rigol no meu TCC 2025” e avaliado em cerca de R$4 mil, o osciloscópio, modelo DHO804, é uma ferramenta essencial para análise de sinais elétricos, permitindo visualizar formas de onda com precisão em tempo real. Muito mais que o lado financeiro, o equipamento terá um valor inestimável para os estudos e a formação de Wesley, que já faz planos para a sua utilização.
“Durante o curso de engenharia, especialmente durantes as aulas de eletrônica I, acabei aprendendo ainda mais sobre os diversos usos que o osciloscópio pode ter. Além de possuir ferramentas que irão me auxiliar na conclusão do meu TCC, o osciloscópio será extremamente útil para a continuidade dos meus estudos e projetos futuros, especialmente nas áreas de instrumentação, eletrônica de potência, máquinas elétricas e sistemas embarcados”, projeta.
Ensino de qualidade
Feliz da vida com a recente conquista, Wesley ainda está em clima de celebração. Também, não é para menos, já que o 1º lugar no concurso de TCCs promovido pela Rigol acabou o colocando em evidência no cenário nacional. Uma mistura de sentimentos que envolve, inclusive, o reconhecimento ao IFSul câmpus Pelotas, que tornou-se a sua segunda casa nos últimos 10 anos.
“Vencer o concurso ´Rigol no meu TCC 2025´ foi uma grande conquista, principalmente por mostrar a força e a qualidade do ensino que a nossa instituição pode oferecer, desde o nível técnico até o superior. O curso técnico em eletrotécnica foi fundamental para minha formação, pois me proporcionou uma base sólida que facilitou muito o aproveitamento dos conteúdos no curso de engenharia elétrica. Graças ao curso técnico, desde o primeiro semestre, já conseguia relacionar os aprendizados técnicos com o contexto mais amplo da engenharia”, avalia Wesley, que estudou a vida inteira e escola pública e sabe bem o impacto positivo que um ensino público, gratuito e de qualidade pode ter na vida de uma pessoa.
O futuro engenheiro eletricista pretende atuar principalmente na área de desenvolvimento, com foco em sistemas embarcados e eletrônica. Também revela interesse pelas áreas de máquinas elétricas e controle, que considera “fundamentais e igualmente fascinantes dentro da engenharia elétrica”. Um leque de opções que só uma base consistente e de qualidade pode oferecer.
“O curso de engenharia elétrica do câmpus Pelotas proporciona uma formação sólida e abrangente, contemplando tanto os fundamentos teóricos quanto as aplicações práticas essenciais para a área. As disciplinas são organizadas de maneira clara e atualizadas, conforme as necessidades de cada campo de atuação. Além disso, os professores são altamente qualificados e atentos às demandas do mercado, trazendo para as aulas exemplos de experiências profissionais que facilitam a conexão entre a teoria e a prática”, destaca.
E não para por aí. Wesley ainda chama atenção para os projetos de extensão promovidos pelos próprios docentes, que oferecem aos alunos a oportunidade de aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
“Muitos estudantes conseguem aproveitar esses projetos como base para o desenvolvimento de seus TCCs, o que fortalece a formação do aluno”, observa.
Satisfação e orgulho
O curso de engenharia elétrica, assim como a comunidade do câmpus Pelotas, ainda comemora o 1º lugar de Wesley no concurso nacional de melhor TCC. Orgulhoso com o desempenho do pupilo, o professor e orientador Marcel Mattos avalia o tamanho da conquista e fala sobre a importância deste feito para a instituição de ensino.
“A conquista de Wesley no concurso “Rigol no meu TCC 2025” é extremamente significativa. Ela demonstra não apenas a excelência técnica e acadêmica do seu Trabalho de Conclusão de Curso, mas também destaca a capacidade do estudante em aplicar conhecimentos práticos em projetos inovadores. Essa vitória reflete o comprometimento e a dedicação do Wesley, servindo como inspiração para outros alunos e evidenciando a qualidade do ensino oferecido pelo IFSul”.
Mattos está convicto de que esta premiação é de grande importância para a engenharia elétrica do IFSul câmpus Pelotas, pois reforça a excelência do programa acadêmico e a eficácia do projeto pedagógico do curso.
“Reconhecimentos como este elevam o prestígio do curso, atraem novos talentos e fortalecem parcerias com o setor industrial. Além disso, motivam alunos e professores a continuarem buscando a inovação e a excelência em seus projetos”, destaca.
Conforme Mattos, o TCC de Wesley possui grande relevância para a engenharia elétrica por demonstrar, de forma exemplar, a aplicação integrada dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, promovendo uma sólida interdisciplinaridade entre teoria e prática. O orientador destaca ainda que, desde os primeiros semestres, o projeto foi idealizado pelo próprio aluno e desenvolvido ao longo de sua trajetória acadêmica, contando com o apoio de diversos professores do curso. Parte significativa do desenvolvimento ocorreu no âmbito de dois projetos de ensino, com a participação dos docentes Anderson Martins (coordenador de um dos projetos), Julio Ruzicki, Marcel Mattos (coordenador do outro projeto), Roberto Sacco e alunos bolsistas.
“O protótipo desenvolvido tem aplicação prática direta nas disciplinas da engenharia elétrica, ao representar um equipamento de baixo custo capaz de medir, de forma eficiente, diversas grandezas elétricas essenciais para o estudo e o monitoramento de sistemas elétricos. Além do mérito acadêmico, o projeto também apresenta potencial de transição para o mercado, estando em fase inicial de tratativas para seu possível desenvolvimento como produto, com perspectivas de inserção no ecossistema de inovação, seja por meio de uma startup ou de uma empresa júnior”, analisa.
Celeiro de talentos, o curso de engenharia elétrica do câmpus Pelotas, ao longo dos anos, vem enfrentando limitações orçamentárias, especialmente no que diz respeito à aquisição de equipamentos e à ampliação da infraestrutura laboratorial, observa Mattos. Ainda assim, segundo ele, tem buscado alternativas para manter a qualidade do ensino prático, como é o caso do protótipo desenvolvido pelo aluno Wesley.
“Projetos como este, se reproduzidos em maior escala, poderão contribuir significativamente com as atividades práticas e o aprofundamento dos conteúdos em sala de aula”, acredita o docente, que faz questão de destacar a importância do curso de engenharia elétrica do câmpus Pelotas na formação de futuros engenheiros.
“Em relação ao projeto pedagógico, o curso vem passando por um processo contínuo de revisão e atualização. O coordenador, em conjunto com o colegiado e o Núcleo Docente Estruturante (NDE), tem estudado propostas de readequação da matriz curricular, alinhando-a às demandas do mercado de trabalho, às inovações tecnológicas e às diretrizes das políticas educacionais atuais. Esse esforço demonstra o compromisso institucional com a formação de engenheiros atualizados, críticos e preparados para os desafios contemporâneos da profissão”, conclui.
Com informações da Comunicação Social do câmpus Pelotas
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