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Debate sobre corpo, gênero e sexualidade encerra programação oficial do Encontro Nacional do Programa Mulheres Mil

Ministrada pelo servidor do IF Sertão Pernambucano Thiago Coelho de Santana, palestra destacou a importância de uma educação para a sexualidade nos espaços formativos e educacionais

  • Publicado: Quinta, 31 de Julho de 2025, 11h13
  • Última atualização em Quinta, 31 de Julho de 2025, 11h13

 A palestra intitulada “Afetos e Educação para a Sexualidade: Corpo(s), Gênero(s) e Sexualidade(s)” encerrou oficialmente, nesta quarta-feira (30), o Encontro Nacional do Programa Mulheres Mil, evento inédito promovido pelo Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), em parceria com os Institutos Federais Sul de Minas (IFSULDEMINAS) e do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE).

Ministrada pelo servidor Thiago Coelho de Santana, do IFSertãoPE/câmpus Petrolina, a palestra provocou o público presente no auditório Enilda Feistauer, do IFSul/câmpus Pelotas, e jogou luz sobre a importância de se trabalhar com uma educação para sexualidade nos espaços formativos e educacionais.

“Durante meu processo de doutoramento, observei que havia a ausência de temáticas voltadas para corpo, gênero e sexualidade dentro das licenciaturas ofertadas pelo câmpus Petrolina. Essa lacuna vai impactar diretamente na formação dos professores, que são aqueles que vão atuar com públicos diversos. Disso resulta que esse público diverso não vai se sentir acolhido porque aquele docente que está sendo formado vai reproduzir as mesmas omissões e preconceitos de quem o formou”, observou.

A partir desta contestação, Santana montou o grupo de estudos “Afetos e Educação para a Sexualidade: Corpo(s), Gênero(s) e Sexualidade(s)” e trabalhou com professores participantes a temática até então negligenciada. O material produzido por esse grupo, posteriormente, deu origem ao livro homônimo, cujo alguns exemplares foram doados às bibliotecas de sete câmpus do IFSertãoPE.

“Na minha concepção, não adianta todo esse trabalho de capacitação, de formação pedagógica, se eu realmente não deixar algo concreto para ser consultado e utilizado. É o mínimo que posso fazer para tentar contribuir socialmente e pedagogicamente. Meu objetivo foi atuar como um agente de transformação”, avaliou Santana, que é doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atua como servidor técnico-administrativo (técnico em Alimentos e Laticínios) no câmpus Petrolina do IFSertãoPE.

Durante a palestra desta quarta-feira (30), Santana apresentou ao público presente no Encontro Nacional do Programa Mulheres Mil, em Pelotas (RS), uma síntese dos 15 capítulos que fazem parte de seu livro, destacando a importância e o impacto da educação para a sexualidade em diferentes contextos, como políticas públicas, gestão escolar, saúde, entre outros.

“A educação para a sexualidade é um guarda-chuva que abarca questões relacionadas a gênero, corpo e sexualidade. Com informação, se desfaz mitos sobre vários assuntos, contribuindo efetivamente para que se trabalhe o afeto, o respeito à diversidade, contribuindo para que haja inclusão e pertencimento”, afirmou.

Por isso, ao ser convidado pela comissão organizadora do evento, Santana percebeu que a temática de seu livro – e tudo aquilo que integra o arcabouço teórico de seu trabalho de pesquisa – seria extremamente útil para o contexto do Programa Mulheres Mil.

“O Mulheres Mil contempla hoje, além das cisgêneros, mulheres trans e travestis em situação de vulnerabilidade. Diante desta realidade, professores e coordenadores do programa, bem como as alunas, precisam estar preparados, por meio de uma educação para a sexualidade, para que o ambiente não seja hostil, para que haja sororidade, inclusão, permanência e êxito nos cursos ofertados”.

No encerramento do evento, Santana entregou um exemplar de seu livro ao diretor-geral do IFSul/câmpus Pelotas, Rafael Krolow, e disse que sai de Pelotas “feliz, grato por perceber que este tema se tornou relevante dentro de um encontro nacional”.

“Definitivamente, este é um tema que não pode ser silenciado. Não adianta a gente levantar a bandeira de inclusão sem fazer a inclusão acontecer. E esse momento proporcionado pelo evento, quando estamos em contato direto com representantes do MEC (Ministério da Educação), torna essas falas, esses processos, mais potentes porque realmente chegam a quem tem o poder de transformar, de modificar os mecanismos de inserção, de permanência e de êxito. Eu consigo vislumbrar que, no próximo encontro nacional, nós teremos mais câmpus que conseguiram inserir pessoas trans e travestis, que conseguiram ter permanência e êxito. São pequenos passos que farão grandes transformações no amanhã”, ressaltou.

O próximo Encontro Nacional do Programa Mulheres Mil será realizado em 2026, nas dependências do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro.

Com informações da Comunicação Social do câmpus Pelotas

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