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Programa inovador de estágio consolida aproximação entre IFSul e empresa multinacional em Charqueadas

Em um programa de estágio voltado exclusivamente a estudantes do instituto, projeto realizado junto à Gerdau reúne alunos do IFSul em um modelo inovador de startup dentro da empresa

  • Publicado: Quarta, 06 de Novembro de 2019, 12h11
  • Última atualização em Quarta, 06 de Novembro de 2019, 13h18

De um lado, uma instituição federal reconhecida pela qualidade da sua formação profissional e tecnológica. De outro, uma multinacional referência na produção de aço no Brasil em busca de jovens talentos. Assim, por meio de uma parceria interinstitucional, o câmpus Charqueadas do IFSul e a Gerdau estão levando para a empresa futuros profissionais altamente capacitados e proporcionando a esses estudantes colocarem em prática o conhecimento adquirido.

Iniciado no final do primeiro semestre deste ano, o projeto de parceria tecnológica entre o IFSul e a empresa está em pleno andamento. Na sexta-feira (1º), o reitor do instituto, Flávio Nunes, e o diretor-geral do câmpus Charqueadas, Jeferson Wolf, acompanhados de suas equipes, foram à sede da Gerdau para conhecer os detalhes da parceria e conhecer o impacto do projeto na formação dos estudantes.

Parceria com o IFSul resulta em um modelo inédito de startup dentro da empresa

E foi com um programa inédito na empresa que a parceria com o IFSul se estabeleceu. Paralelamente aos processos seletivos regulares de estágio, a Gerdau abriu uma seleção de estagiários exclusiva para estudantes do câmpus Charqueadas. Dentro do processo, foram abertas cinco vagas. Após a divulgação no câmpus, mais de 20 estudantes se inscreveram, conta o professor e coordenador do projeto, Vinícius Silveira Borba. Entre os cinco selecionados, dois são do curso técnico em Informática, um do técnico em Mecatrônica e dois da Engenharia de Controle e Automação. As atividades desenvolvidas pelo grupo são na área de programação e automação e envolvem a resolução de desafios de sistemas de softwares da unidade e acompanhamento de atividades da equipe de automação da usina. Todas as atividades desenvolvidas pelos estagiários são acompanhadas diretamente pelos professores que integram a equipe do projeto.

“Por muito tempo, sempre escutamos que o IFSul forma cidadãos e profissionais para atuarem no mundo do trabalho, mas o que esse projeto mostra é que o contrário também acontece. Nós estamos agora formando o mundo do trabalho para o nosso estudante" - Vinícius Borba, professor e coordenador do projeto

No modelo de estágio firmado junto ao IFSul, consolidou-se uma startup dentro da Gerdau com a equipe de estudantes selecionados. O objetivo do grupo é propor soluções inovadoras e sustentáveis para os principais processos de computação e automação identificados como prioritários pela empresa. E, em contrapartida, além de os estudantes serem contratados como estagiários da Gerdau, a empresa ainda investe mensalmente o valor equivalente a duas bolsas CNPQ em material permanente e de consumo para a realização de projetos e ações de pesquisa e extensão no câmpus Charqueadas.

Uma nova visão sobre o estudante do IFSul

A consolidação da parceria, de acordo com Vinícius, operou uma importante mudança na relação entre as instituições. “Por muito tempo, sempre escutamos que o IFSul forma cidadãos e profissionais para atuarem no mundo do trabalho, mas o que esse projeto mostra é que o contrário também acontece. Nós estamos agora formando o mundo do trabalho para o nosso estudante. Com essa aproximação, as empresas começam a perceber todo o potencial dos nossos alunos”, destaca o docente. Segundo ele, há dois anos, por exemplo, a empresa tinha apenas seis estudantes do IFSul como estagiários; hoje, já são 36 alunos do instituto estagiando na Gerdau.

O Mão na Massa, de acordo com o gerente técnico de engenharia da Gerdau, Geraldo André Fagundes, surgiu quando as duas instituições perceberam que poderiam fazer trocas muito gratificantes para ambos os lados. “Aqui na empresa, por exemplo, tínhamos vários desafios na área de automação e computação. Por outro lado, lá no câmpus, os professores estavam sempre em busca de problemas nessa área para levar aos estudantes”, comenta. Segundo Geraldo, além da contratação na empresa dentro de um modelo inovador de startup, os estagiários participantes do projeto também integram o programa de desenvolvimento da empresa, que busca formar profissionais a partir de uma trilha de aprendizagem composta por ações práticas, troca de experiências e capacitações teóricas.

“Os projetos iniciais aqui na empresa abriram a nossa mente. Tínhamos um problema para resolver, sentamos para discutir dentro da equipe e depois começamos a entrar em contato com diferentes áreas da Gerdau. Foi uma experiência essencial para nos integrarmos às áreas e sabermos como conseguir mobilizar as pessoas e os recursos necessários para colocar um projeto em prática”, avalia a estudante de Engenharia de Controle e Automação Fernanda Sampaio Rodrigues, que também cursou o técnico em Mecatrônica na instituição.

Assim como Fernanda, o estudante do curso técnico em Informática Lorenzo de Castro Kersting vê no estágio uma oportunidade única para desenvolver o senso de pertencimento e de responsabilidade em relação a um projeto coletivo. “Aqui ninguém precisa me falar para trabalhar de tal a tal horário, por exemplo. Nós nos sentimos parte de um projeto e recebemos um feedback constante da empresa sobre o que fazemos. Percebemos que a empresa não nos vê como uma mão-de-obra que apenas executa; temos total autonomia para pensar e propor ideias novas”, destaca o estudante.

Da teoria à prática, da prática à teoria

Para o professor e integrante da equipe do projeto, Calebe Micael de Oliveira Conceição, a experiência do estágio tem reflexos tanto no desenvolvimento técnico quanto pessoal dos estudantes. “Quanto à questão pessoal, vemos um crescimento enorme neles: além de adquirirem maturidade, estão aprendendo a lidar com dificuldades, ganhando autoconfiança sobre o potencial técnico que têm e aprendendo a trabalhar com as diferenças presentes dentro do grupo”. Em relação à questão técnica, o docente comenta que os estudantes estão se aprimorando cada vez mais.

O impacto de um projeto que conecta instituição de ensino e empresa, aliás, não se percebe apenas entre os estudantes diretamente envolvidos no programa. Calebe conta que as experiências práticas no estágio têm sido levadas para dentro do câmpus. “Na sala de aula, quando estamos explicando algum conteúdo para a turma, tem sido comum eles levarem exemplos práticos do que veem no estágio para compartilhar com os colegas o que estão aprendendo, é bastante enriquecedor”.

Considerado um importante avanço nas relações entre o instituto e o setor produtivo, o projeto desenvolvido com a Gerdau, de acordo com o reitor Flávio Nunes, tem sido motivo de entusiasmo entre os estudantes participantes, os servidores envolvidos nas orientações e as gestões do câmpus e da empresa. Flávio destaca que a iniciativa abre um espaço novo nas relações interinstitucionais, pois “prevê a criação de novos produtos a partir do conhecimento dos estudantes aplicados na solução de problemas ou no aperfeiçoamento do processo produtivo da empresa”.

Saiba mais

O projeto “Parceria Tecnológica IFSul Empresas”, do câmpus Charqueadas, tem como objetivo criar e estreitar laços entre o IFSul e os arranjos produtivos locais por meio de parcerias tecnológicas. Registrado como projeto de extensão no edital 01/2018, a proposta contemplou a realização de uma chamada pública para que empresas aderissem ao processo. Após a homologação do resultado da chamada pública, os estágios dos cinco estudantes na Gerdau foram iniciados em junho deste ano.

Visita técnica - Na visita à empresa, também integraram a comitiva do IFSul a pró-reitora de Extensão e Cultura Gisela Loureiro Duarte, o diretor de Relações com a Sociedade Edgar Mattarredona, o coordenador de Interação com a Sociedade Miguel Felberg e o professor do câmpus Charqueadas e integrante da equipe do projeto Vinícius Guimarães.

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